Vive, esperança
1
Desbordada alegria
entre desconhecidos.
Os seus corpos sem rostro,
dous amantes nas ondas.
2
Amores de pantalha,
um amor de fachada.
Comprensions dubitosas
òs queixumes e penas.
3
Alguns consehos podres,
cheios de bicos a granel.
Voces desconhecidas,
mirada inexistente.
4
Uns acenos valeiros
e apertas num debuxo
com tintas regaladas,
pra retratos prestados.
5
Copyright de soberba,
autoestima fictícia.
Aviso a navegantes :
o que vedes nom é meu.
6
Ula ! amizade real !,
os bicos dados na pel,
os tremores do amor,
a vergonça infantil.
7
Os chamados profetas,
esses gurus sem rostro
ou paisagem por cara,
metedores de medo.
8
Nuvens melancólicas,
recordos que nom forom,
dum pasado que nom foi,
nim tam sequer ideal.
9
Esse Mundo inventado,
coma um conto calquera,
dando-lhe muito brilho
cum velho farricalho.
10
Os deportes de salom,
baile de mascarilhas,
muito fume de estrelas
num aire que te afoga.
11
Pesadelos na rede,
som choiva multimédia,
uma insónia estressante,
uma neve artificial.
12
Íntimos do direto,
dos messagens ocultos,
entre desconhecidos.
Confessions anónimas.
13
Uma feira de ánimas
e de persoalidades.
Som negócios de fume,
uns mercados nefastos.
14
Intercanviar mentidas,
traficando com poemas.
Tapadeira de sonhos
e de complicidades.
15
Cheia de provocacions,
bem delas trapalheiras.
Uma cheia de insinuacions,
muitas envelinadas.
16
Amizades sem olhos,
que em porrancho na ducha,
compartem o seu sabom
e sem poder-se tocar.
17
Cegos cos olhos vivos,
fermosos corpos virtuais.
Bicos de corta e pega,
que entre escumas desfam-se.
18
Vós saberedes de mim
pola voz regalada.
Sempre levo conmigo
o micrófono aberto.
19
Tamém a minha webcam,
conmigo sempre viaja.
Escusa bateria,
arrinca automática.
20
Ao ter boa companhia,
deteta a sua preséncia.
Reconhece um amigo
acendendo a luz do flash.
21
Quero ir polo Mundo
sem que nada me oculte.
Quero ser transparente
como é um meninho.
22
Ensinar meus defeitos,
sem reparar em ninguém.
Hei errar quando cumpra,
tendo tino e nom mancar.
23
Ulos ! beiços ardendo !,
e as mans tremorosas,
as bágoas cristalinas,
os bicos namorados.
24
Ulo ! o teu caminhar.
Ula ! a sexta feira.
e ula minha Deusa ?,
radiante médio-dia.
25
Eu vestim-me de verde
para darche uma aperta
e levo pra ti na man,
sete rosinhas brancas.
26
Quando vejas meus olhos,
eu quero que ti vejas
a luz da esperança,
dumha ilusom eterna.
27
Quando mires para mim,
eu ja sei que em ti verei
a imponente figura
da minha Nai do Mundo.
28
Sempre quero ver em ti
o teu jeito de Musa.
Sempre quero ver em ti,
um sorriso de estrela.
🌟
Moradelha editora
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