Deusa poetisa
perigosa doçura
1
Os amargos segredos
que gardas no coraçom,
velaí as armas som,
duma invencível Deusa.
2
Som coitelos que ardem
no teu divino peito,
pra matar os pesares
e rachar o pasado.
3
A feiticeira do Amor,
que sae dum pesadelo,
cumha estampa imponente,
caindo o Mundo aos seus pés.
4
Olhos de loba em ciúme,
jeito de gram Matriarca,
espertas coa tua força,
escampas do ceo as nuvens.
5
Beleza e juventude,
nova na madureza,
brilha coma uma estrela
e as almas adormece.
6
A ledícia do Mundo,
cumha face de seda.
Tem da Lua o sorriso
e um encanto de meiga.
7
Ramalhete de rosas,
onde chegas pareces,
alumeando a quem miras,
bem-dizindo a quem tocas.
8
Tua armadura de ouro,
relumbra no teu peito.
O que todos adoram
é a tua divina estampa.
9
Vira-te nos meus sonhos,
ando presto a buscar-te
e quem serás saberei,
se um dia eu te atopo.
10
Pilotando tua nave
chegarás ao meu porto,
quando vendo-te ao longe,
voarei o teu encontro.
11
E rendidinho aos teus pés,
falareiche devoto :
Minha Deusa poeta,
meu amor, minha vida.
12
É sua man quem escreve
o que eu lhe quero dizer.
Seu coraçom lateja
no meu peito bem forte.
13
Eu agardo por Ela,
pra ver um Novo Mundo,
pra morrer nos seus beiços,
renascer nos seus braços.
🌟
Moradelha editora