Siléncio e verdade
Somente é obrigatório
dizer a verdade,
quando se fala.
Temos direito
a nom dizer verdade,
estar calado.
Mas entom o siléncio
oculta a verdade,
queda esquecida.
O siléncio
é um caixom
de verdade escondida
no fondo da gorja,
pechado com alentos
e suspiros.
A verdade
brilha nos beiços,
relumbra nos olhos,
acaroa coas mans
e tem colorido,
flutua no ar.
A verdade tem
sempre problemas :
Falam os olhos,
a mirada fala,
as mans falam
e o corpo está cheio
de linguagens,
de mensagens;
todo o corpo fala.
A verdade sabe ler
na luz e na escuridade.
O que brilha demais,
apaga-o.
O que tem muita negrura,
acende-o.
O siléncio fala
é fala forte,
ressoa por onde passa
quando a cousa vai quente.
O siléncio e um trono
na tormenta
quando esconde mentiras.
É um raio
no médio duma traiçom.
O siléncio é a Nada
que todo o destapa,
é anterior ao Big Bang,
anterior ò Verbo.
O siléncio é o Tao,
a Nai do Mundo.
Penso em vós
gardando siléncio
pra nom perder detalhe
do que flue,
do que arde,
do que fai tremer
à minha alma.
Penso em vós
cum amor de verdade,
silencioso,
com muito medo
que meu corpo estrale.
Tenho medo
em romper o siléncio,
medo de que estoupe
o Mundo
por minha causa,
com tanto querer.
Penso que
ao ver-vos
hei de morrer.
🌟
Moradelha editora
Ningún comentario:
Publicar un comentario