Marquesinha
Um home de altos voos,
mira-me de reolho,
do braço duma mulher,
que sequer fijo esguelho.
Escusou olhar para mim,
dona de alto copete
e de chapéu florido.
Dama moi distinguida.
Ela nada num mar de cartos
i eu na auga das fontes,
em pozas e fervenças,
entras leiras de milho.
Com elegante vestimenta,
ilustrada palavra
e delicados movimentos
de frágil boneca de louça.
Nossa marquesinha é uma mulher
que gasta colónia custosa
e o dia da primeira feira
canta a coro na igreja.
E fai obras de caridade,
nom tem pecado ningum,
sempre os tem perdoados.
É uma santa onde as haja.
Eu já sei, marquesinha,
som pessoa ordinária,
aborrida e mediocre,
nom che convem minha amizade.
Levarei-no com resinaçom
o nom ser merecedor de vós,
sequer do vosso saúdo.
Do querer nom falemos.
🌟
Moradelha editora
Ningún comentario:
Publicar un comentario