Rosquinhas de amor
Vou fazer rosquinhas
coas minhas penas.
Vou-lhe botar açúcar
às minhas bágoas.
Vou banhar-me espido
no remanso do rio,
cantando umha alegre cançom,
namentres estou flutuando.
Cos olhos erguidos ò ceo
até que chegue o solpor e
me amostre o seu sanguento
feixe de cores vermelhas,
até que ja nom sinta dor algumha,
até que tudo seja repouso
doce, sereno e prácido,
em tanto nom chega o luar.
E entom hei de sentir-me
apertado polo universo infinito,
magnetizado e renovado
pola catarse duma nova vida.
Sairei da auga coma um home novo,
vendo um novo horizonte,
cheio de saúde e forteza,
batizado pola auga milagreira.
Ja nom saberei que som as penas,
so sentirei doçura nos beiços,
rosquinhas e melindres
nos meus pensamentos.
Moradelha editora
Ningún comentario:
Publicar un comentario